Depois que seu melhor amigo e ex-assessor na presidência,
José Yunes, contou em depoimento à Procuradoria Geral da República ter
sido "mula" de Eliseu Padilha, licenciado da Casa Civil, Michel Temer
soltou uma nota nesta sexta-feira 24, em que sustenta ter agido dentro
da lei.
Em seu depoimento, Yunes contou ter recebido um pedido de
Padilha para que recebesse em seu escritório de advocacia "documentos"
das mãos de Lucio Funaro. Os envelopes, porém, continham dinheiro, de
acordo com o delator da Odebrecht Claudio Melo Filho.
Eles chegaram no escritório de Yunes durante a campanha
presidencial de 2014 e foram retirados posteriormente por Padilha, por
meio de um emissário, segundo Yunes, que contou desconhecer o conteúdo
do envelope.
Segundo a nota de Temer, "a Odebrecht doou R$ 11,3 milhões
ao PMDB em 2014. Tudo declarado na prestação de contas ao Tribunal
Superior Eleitoral. É essa a única e exclusiva participação do
presidente no episódio".
As delações da Lava Jato, no entanto, apontam que Temer
pediu e recebeu propina da Odebrecht. O valor que chegou ao escritório
do amigo de Temer foi R$ 4 milhões - de um total de R$ 11 milhões
solicitado por Temer à empreiteira.
Em entrevista ao jornalista Lauro Jardim,
Yunes acrescentou que Temer sabia do episódio e que o dinheiro foi
usado para a compra de 140 deputados, que ajudaram a eleger Eduardo
Cunha presidente da Câmara.
Segundo a coluna Radar Online,
"Temer admitiu a interlocutores próximos que foi informado, sim, sobre a
visita-bomba de Lúcio Bolonha Funaro ao escritório de José Yunes". Mas
questionado quando foi informado, disse "que não se lembra da data. Não
consegue afirmar nem se a reveladora conversa com Yunes ocorreu antes ou
depois de ele assumir a presidência".
Padilha se licenciou do cargo nesta sexta alegando motivos
de saúde. Ele está em Porto Alegre, onde se submeterá a uma cirurgia na
próstata nos próximos dias. A expectativa é que ele não volte para o
governo, embora ele tenha negado a saída permanente.
Leia a íntegra da nota de Temer:
Quando presidente do PMDB, Michel Temer pediu auxílio formal e
oficial à Construtora Norberto Odebrecht. Não autorizou, nem solicitou
que nada fosse feito sem amparo nas regras da Lei Eleitoral. A Odebrecht
doou R$ 11,3 milhões ao PMDB em 2014. Tudo declarado na prestação de
contas ao Tribunal Superior Eleitoral. É essa a única e exclusiva
participação do presidente no episódio.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República
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