
A Federação Única dos Trabalhadores (FUP) denuncia nesta
sexta-feira 17 sua suspeita com um leilão internacional que venderá
sondas de perfuração a empresas estrangeiras pela Petrobras.
"É no mínimo suspeito o leilão internacional que a Petrobrás
anunciou para doar à concorrência sete sondas de perfuração. Pela
bagatela de US$ 40 milhões, os gringos vão poder levar a P-59 e a P-60,
que custaram à estatal US$ 720 milhões. O lance mínimo estipulado pelos
gestores é 5,6% do valor original dessas unidades, que foram adquiridas
há apenas cinco anos. Outras quatro sondas não têm sequer preço mínimo",
diz trecho da nota da FUP.
A entidade acrescenta que "o setor de perfuração e sondagem
está sendo totalmente desmobilizado" pela nova diretoria da estatal, e
lembra que, enquanto vende essas sondas, a empresa "gasta mensalmente
milhões com os chamados flotéis e aluguéis de sondas terceirizadas". "A
Petrobrás está sendo esquartejada em praça pública", conclui a
Federação. Leia a íntegra:
Sondas serão doadas por 5% do valor que a Petrobrás comprou
É no mínimo suspeito o leilão internacional que a Petrobrás
anunciou para doar à concorrência sete sondas de perfuração. Pela
bagatela de US$ 40 milhões, os gringos vão poder levar a P-59 e a P-60,
que custaram à estatal US$ 720 milhões. O lance mínimo estipulado pelos
gestores é 5,6% do valor original dessas unidades, que foram adquiridas
há apenas cinco anos. Outras quatro sondas não têm sequer preço mínimo.
Além de dilapidar o patrimônio da Petrobrás, a atual
diretoria está comprometendo o expertise da empresa em uma atividade
onde sempre foi referência. O setor de perfuração e sondagem está sendo
totalmente desmobilizado, assim como outras áreas estratégicas da
companhia. Um desmonte que vem sendo implementado ao longo dos últimos
dois anos, com a hibernação das sondas que agora serão doadas ao
mercado.
Tudo isso com a anuência da diretora de Exploração e
Produção, Solange Guedes, funcionária de carreira da Petrobrás, que
chegou ao cargo no governo do PT, através de um projeto que salvou a
empresa do limbo da privatização e do sucateamento herdado do PSDB.
Enquanto ela e o restante da diretoria fazem o jogo dos
golpistas, a empresa gasta mensalmente milhões com os chamados flotéis e
aluguéis de sondas terceirizadas, cujos valores tendem a aumentar nos
próximos anos. É um contrassenso os gestores se desfazerem de unidades
seminovas, como a P-59 e a P-60, que poderiam ser deslocadas para essas
atividades, gerando economia para a companhia.
Estamos diante de um crime que não é só financeiro. O que
está em jogo é também a perda da reserva de conhecimentos que os
petroleiros levaram décadas para desenvolver e que é transmitida de
geração para geração. Ao se desfazer de todas as suas sondas de
perfuração, a companhia está jogando no lixo a excelência que sempre
teve nessa atividade. Se daqui a alguns anos precisar destes
profissionais, terá que investir anos em treinamento.
A Petrobrás está sendo esquartejada em praça pública, as
petrolíferas estrangeiras avançam como abutres sobre o seu patrimônio e
Pedro Parente comanda o espetáculo, ovacionado pelo mercado. O cidadão
brasileiro precisa entrar em cena e mudar o rumo dessa história, antes
que a tragédia seja consolidada.
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