Uma reportagem deste
domingo da Folha de S. Paulo traz a relação das "provas" apresentadas
pelo executivo Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, para demonstrar que o
chamado "triplex do Guarujá" pertence ao ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
"Entre os documentos
entregues estão o registro de que dois carros em nome do Instituto Lula
passaram pelo sistema automático de cobrança dos pedágios a caminho do
Guarujá entre 2011 e 2013. Não há, no entanto, documento que comprove
que as viagens tiveram como destino o apartamento. Há
também registros de ligações telefônicas entre Pinheiro e pessoas
ligadas a Lula, como Clara Ant, Paulo Okamotto, José de Filippi Jr. e
Valdir Moraes da Silva (segurança), a partir de 2012. As listas trazem
data e duração da conversa, mas não seu conteúdo. Foram
anexados ainda e-mails que mostram a agenda de Lula, na qual aparece a
previsão de encontros com Pinheiro, e mensagens da secretária do
instituto para Okamotto, que preside a entidade, avisando que o
empresário havia ligado para falar com ele", diz o texto.
A fragilidade das provas
foi alvo de um comentário do cientista político Luis Felipe Miguel,
professor da Universidade de Brasília, em seu Facebook.
"É sério que o documento que Léo Pinheiro promete entregar, para provar
que o bendito triplex é de Lula, é o registro de que carros do
Instituto Lula passaram pelo pedágio no caminho para Guarujá, uma vez em
2011 e outra em 2013? E, para completar, mensagens da secretária do
Instituto Lula para Paulo Okamoto, avisando que Pinheiro havia ligado
para falar com ele... Isso deve valer quase como uma escritura. Nós
perdemos a democracia e eles perderam o senso de ridículo", afirmou.
Segundo o advogado do
ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, os documentos não comprovam as
afirmações feitas pelo empresário, que classificou como uma "versão
negociada para agradar" aos procuradores e destravar seu acordo de
delação.
"Desde quando um e-mail de
agenda prova a ocorrência de um encontro e, sobretudo, o que poderia ter
sido discutido no suposto encontro? Léo Pinheiro não tem nenhuma prova
contra Lula, porque ele não cometeu qualquer ato ilícito. Ele tem uma
versão negociada para agradar aos procuradores para ter a sua delação
premiada finalmente aceita, para que possa deixar a prisão ou obter
benefícios".
0 Comments:
Postar um comentário