247 - Dados fornecidos pelas secretarias
estaduais de segurança pública indicam que, já no 1.º semestre, o País
chegou a 28,2 mil homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte
e latrocínios (roubos seguidos de morte).
São 155 assassinatos por dia, cerca de seis por hora nos
Estados brasileiros, onde as características das mortes se repetem:
ligada ao tráfico de drogas e tendo como vítimas jovens negros pobres da
periferia executados com armas de fogo. O número é 6,79% maior do que
no mesmo período do ano passado e indica que o País pode retornar à casa
dos 60 mil casos anuais.
O aumento acontece em um ano marcado pelos massacres em
presídios, pelo acirramento de uma briga de duas facções do crime
organizado (Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho),
dificuldades de investimento dos Estados na área e um plano federal de
apoio que avança menos que o prometido.
Em âmbito local, o aumento é puxado pelas elevações em
Estados nordestinos, como Pernambuco. Se o País teve 1,7 mil homicídios a
mais neste semestre, boa parte, 913, se deve à derrocada do Pacto Pela
Vida, programa pernambucano que vinha conseguindo reduzir assassinatos
na última década, enquanto a região mantinha tendência de alta. A onda
de violência tomou as cidades pernambucanas, assim como foi
intensificada no Ceará e no Rio Grande do Norte. Quatro dos 11 Estados
que tiveram aumento estão no Nordeste.
As informações são de reportagem de Marco Antônio Carvalho no Estado de S.Paulo.
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