247 - A dívida bruta do governo geral pode
superar em 2020 os 100% do PIB (Produto Interno Bruto, medida de
produção e renda do país), segundo cálculos da Instituição Fiscal
Independente (IFI) divulgados nesta segunda (9).
O órgão do Senado, que acompanha as contas públicas, revisou
seus cenários usando novas estimativas para taxa básica de juros,
crescimento do PIB, inflação e resultado primário do governo (receitas
menos gastos, excluindo os juros da dívida).
Nos três (básico, otimista e pessimista), a porcentagem da
dívida sobre o PIB foi elevada e o tempo que levará para que ela comece a
cair foi alongado. Isso ocorre mesmo com a nova previsão para a taxa de
juros básicos nominais ao final deste ano reduzida de 9% para 7%.
Juros menores teriam três efeitos positivos: a) diminui o
custo da dívida; b) estimula o investimento e o consumo, levando a mais
arrecadação e melhor resultado nas contas do governo; c) leva a maior
crescimento econômico, elevando o denominador da relação dívida/PIB.
No entanto, no médio prazo, o efeito é anulado pela piora
nas projeções para o deficit primário de 2017, de R$ 142,9 bilhões em
junho para R$ 154 bilhões neste mês.
O cenário pessimista, o segundo mais provável, de acordo com
o órgão, leva em consideração os riscos de insolvência do setor
público, já que a margem fiscal –espaço para cortes nas despesas
discricionárias– é decrescente e deve se esgotar em 2019.
As informações são de reportagem de Ana Estela de Sousa Pinto na Folha de S.Paulo.
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