Brasília 247 - Dos 44 senadores que votaram
nesta terça-feira, 17, para derrubar as medidas cautelares impostas ao
tucano Aécio Neves (MG), ao menos 19 (43,2%) são alvo da Operação Lava
Jato. A maior parte deles (10) é do PMDB, partido que mais deu votos a
favor do senador mineiro - foram 18 no total.
Apenas dois senadores do PMDB votaram por manter a decisão
da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou e
determinou o recolhimento noturno de Aécio. Foram contrários ao tucano
Kátia Abreu (PMDB-TO), também alvo da Lava Jato, e Roberto Requião
(PMDB-PR).
Dos 20 senadores do PMDB presentes à sessão, 18 votaram para
derrubar as medidas cautelares contra Aécio Neves (PSDB-MG), entre eles
o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Também partiu dos investigados as defesas mais enfáticas
para que o Senado barrasse as restrições impostas a Aécio. O líder do
governo, Romero Jucá (PMDB-RR), por exemplo, foi um dos cinco a
discursar em defesa do tucano. Mesmo em recuperação de uma cirurgia, ele
descumpriu recomendação médica para participar da sessão e ajudar a
"salvar" o colega. "Quis Deus que eu tivesse a saúde para que, depois de
operado, estivesse aqui hoje também para falar desta tribuna como
último orador", disse o senador no discurso.
Também fazem parte da lista nomes como Renan Calheiros
(PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-MA) e Valdir Raupp (PMDB-RR). No PSDB,
que deu 10 dos 11 votos possíveis a favor do correligionário, três
senadores são alvo da Lava Jato: Antonio Anastasia (MG), Cássio Cunha
Lima (PB) e José Serra (SP). Apenas Ricardo Ferraço (ES), também
investigado, não compareceu à votação.
As informações são de reportagem de Thiago Faria, Julia Lindner e Renan Truffi no Estado de S.Paulo.
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