247 - Pivô da mais recente investigação
aberta sobre Michel Temer, o grupo Rodrimar ocupa uma área no porto de
Santos "sem respaldo" de contrato com o poder público, segundo o governo
federal, e tem autorização apenas de liminares para atuar em outros
dois terminais.
Os contratos do grupo em três setores do porto expiraram em
2013 e 2014, o que obrigou a empresa a buscar medidas judiciais para
continuar operando. O plano do governo federal, ainda na gestão Dilma
Rousseff, era licitar e fazer novos contratos nas áreas ocupadas pela
companhia no litoral paulista.
A ocupação dos outros dois terminais da Rodrimar em Santos está ancorada em liminares, em casos com idas e vindas no Judiciário.
O grupo teve sua concessão prorrogada por 35 anos, em maio, graças a um decreto presidencial.
Na última segunda (2), a procuradora-geral Raquel Dodge
pediu ao Supremo Tribunal Federal para que Temer, o diretor-presidente
da Rodrimar, Antonio Celso Grecco, e um diretor da empresa, Ricardo
Mesquita, fossem ouvidos no inquérito sobre os portos.
Em conversa gravada com Rodrigo Rocha Loures, Ricardo Saud,
da JBS, mencionou Mesquita e Grecco ao falar de supostos repasses de
dinheiro vivo, o que fez os investigadores levantarem suspeitas sobre a
proximidade deles com Temer. As gravações foram feitas na mesma época
das negociações finais sobre o decreto dos portos.
O teor defendido por Rocha Loures para o decreto atendia ao
pleito das empresas do setor, criando a possibilidade de prorrogação de
contratos firmados antes de uma lei de regulação do setor portuário, em
1993.
Em telefonema para o ex-deputado na véspera da assinatura, Mesquita reclama do texto do decreto.
O porto é conhecido como uma área de influência política do grupo de Temer desde os anos 1990.
As informações são de reportagem de Felipe Bachtold na Folha de S.Paulo.
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