247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
lidera em todos os cenários a corrida eleitoral ao Planalto em 2018,
afirmou neste domingo, em entrevista ao jornal espanhol "El Mundo", que
fará um referendo para revogar muitas das reformas aprovadas pelo
presidente Michel Temer caso vença as eleições de 2018.
Para Lula, o país tem que voltar a ser governado pensando
nas maiorias e não em alguns poucos. Ele também acusa Temer de pretender
"privatizar" o Brasil e justifica sua vontade de se candidatar mais uma
vez para mostrar ao mundo que o Brasil "pode funcionar".
"Me candidato aos meus 72 anos porque há muitas pessoas que
sabem governar, mas nenhum sabe cuidar do povo mais necessitado como eu
faço. Conheço suas entranhas, sei como vivem, do que precisam. Se
acreditavam que uma condenação ia me tirar a ideia de ser candidato,
conseguiram o efeito contrário", disse Lula na entrevista.
"O julgamento ao qual estou submetido é uma farsa. Nem a
Polícia Federal nem o Ministério Público encontraram uma única prova
para me acusar, por isso digo que a sentença do juiz Sérgio Moro é
eminentemente política", completou o ex-presidente ao ser perguntado
sobre a condenação em primeira instância a nove anos e seis meses de
prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
O ex-presidente afirmou que hoje a imprensa tem mais poder
que o Ministério Público no Brasil e que, pela primeira vez, um juiz
está se comportando de acordo com a opinião pública.
"Encontraram dinheiro na casa de Aécio Neves, na do
governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, na do ex-ministro Geddel
Vieira Lima, mas na minha casa, nada. Mexeram nas contas de bancos de
todo mundo para encontrar algum desvio de dinheiro e, nada. Mas de
manhã, de tarde e de noite a imprensa me destrói e se nega a publicar
que não há provas contra mim", criticou Lula.
As informações são de reportagem da Agência Efe.
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