247 - "Qualquer que seja o resultado do julgamento, eu
seguirei na luta pela dignidade do povo desse país", disse o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (23), em um
discurso em Porto Alegre durante um ato de agradecimento à
solidariedade de milhares de pessoas que estão acampadas na cidade para
acompanhar a sessão no TRF4.
"Só uma coisa vai me tirar das ruas desse país e será no dia
que eu morrer. Até lá estarei lutando por uma sociedade mais justa",
disse Lula, emocionado.
Cerca de 70 mil pessoas se aglomeraram nas imediações da
chamada Esquina Democrática para ouvir o discurso do ex-presidente, que
afirmou que não falaria sobre o processo, e sim sobre o país. "Não vim
aqui pra falar do meu processo, primeiro porque tenho advogados
competentes que já provaram minha inocência, segundo porque acredito que
meus juízes vão se ater aos autos do processo. Eu vim aqui falar de
esperança, de sonhos. Vim falar da soberania nacional", disse Lula ao
iniciar sua fala.
"As pessoas tem que entender que não estou preocupado
comigo. Estou preocupado com o povo brasileiro. Eles estão desmontando o
Prouni, o Fies, as escolas técnicas", destacou o ex-presidente,
enumerando os retrocessos que sucederam o golpe contra a presidenta
eleita Dilma Rousseff, que também acompanhou o ato.
Milhares de apoiadores do ex-presidente começaram a chegar
nesta segunda-feira (22) a Porto Alegre. Diversos movimentos sociais
como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) marcharam até a
cidade para demonstrar solidariedade a Lula e defender seu direito de
ser candidato. "Também queria cumprimentar os companheiros da Argentina,
do Uruguai, da Itália, de Portugal, da República Dominicana e da
Venezuela que estão aqui com a gente", agradeceu Lula.
Caravana
O ex-presidente ressaltou que tem intenção de voltar ao
estado do Rio Grande do Sul em fevereiro para mais uma etapa da caravana
Lula Pelo Brasil.
Julgamento
Nesta quarta-feira (24), Lula deve acompanhar o julgamento
em São Paulo. Mais tarde, ele participa de um ato na Praça da República,
às 16h.
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