O Brasil era o país do futuro, como
negação do presente. Até que o futuro chegou, pelas mãos do pré-sal,
passaporte para o futuro do país, no sentido de que asseguraria a
autossuficiência energética, permitiria o pais se tornar exportador de
petróleo e financiar um salto decisivo na educação e na saúde, com os
recursos vindos do pré-sal.
O futuro se abria para o pais,
conforme também a auto-estima dos brasileiros era resgatada, gerando um
clima de otimismo sobre o futuro do Brasil. Nos tornávamos o país do
futuro articulado estreitamente ao presente.
O governo golpista se erige como um
exterminador do futuro, na medida em que desarticula o Estado como
promotor do desenvolvimento, privatiza setores da Petrobras, incluindo o
pré-sal, cortando juntamente os recursos que iriam para a educação e a
saúde.
Se instala um governo que nega o
passado recente e castra o futuro do país pelas políticas de ajuste, que
buscam restringir o país às dimensões do mercado e, em particular,
subordina a economia brasileira aos interesses do capital especulativo.
Se nega o futuro do país, que é projetado como uma trajetória
depressiva, com corte drástico de recursos para as políticas sociais,
com a perpetuação da recessão econômica, do desemprego, da pobreza e da
desigualdade social.
Pelas mãos desses exterminadores do
futuro, o Brasil voltaria a ser o modelo de desigualdade no mundo,
retornaria ao Mapa da Fome e ao FMI. As políticas governamentais
voltariam a ser ameaças para a grande maioria dos brasileiros e benesses
para os bancos e para o grande empresariado nacional e internacional.
A medida exemplar do extermínio do
futuro é aquela que desvincula os recursos para saúde e educação,
definido pela Constituição, para deixá-las ao sabor do desempenho de uma
economia que, sabidamente por essa política econômica, terá desempenho
pífio. Faz o mesmo com o salário dos servidores públicos. Em suma,
projeta um futuro sempre pior que o presente.
A redefinição dos termos da
aposentadoria é outra forma de projetar sombras sobre o futuro do pais.
Não apenas porque propõe idade de aposentadoria maior do que a
expectativa de vida média dos brasileiros, mas porque propõe que a idade
de aposentadoria seja igual para homens e mulheres.
A privatização do pré-sal é o
exemplo claro desse extermínio do futuro. Abandonaríamos a perspectiva
da autonomia energética, da exportação de petróleo e, principalmente, do
passaporte para o futuro que os recursos substanciais para a educação e
a saúde representariam para o pais.
Além de tudo, o golpismo desmoraliza
a democracia, demonstra que é possível, num marco legal, com a
benevolência cúmplice do Judiciário, derrubar uma presidente eleita pelo
voto popular, sem nenhuma acusação que o justifique, aplicar o programa
derrotado nas eleições e colocar em pratica medidas de retrocesso
econômico, social, político e cultural, impunemente.
É o sonho da direita: um sistema político blindado ao acesso a alternativas populares ancorado em um
parlamentarismo de fato ou de direito, no financiamento privado de
campanhas, no voto opcional e na inviabilização da candidatura do Lula.
Seria condenar definitivamente o
Brasil àquele pais do futuro sem futuro, de um futuro hipotético, que
nunca chega. A pior alternativa para o Brasil é aquela que expropria a
esperança do horizonte dos brasileiros. A isso se dedica o governo
golpista. Falta combinar com o povo brasileiro, aquele da profissão
esperança.
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