Os advogados do Planalto apostam em uma estratégia
amplamente usada no meio jurídico para interromper nesta terça-feira, 4,
no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o julgamento do processo que pede
a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer e pode tirar o mandato
de Temer. A expectativa do governo é de que um ministro da corte
eleitoral peça vista do caso – o que significa mais tempo para análise, suspendendo a sessão. Mesmo assim, há receio de que o processo
ressuscite o movimento "Fora, Temer" e aumente a crise.
As informações são de reportagem no Estado de S.Paulo.
"A defesa de Temer quer adiar o julgamento pelo maior prazo
possível, se necessário empurrando o desfecho do caso para 2018, último
ano do governo. Às vésperas da abertura do sigilo das delações da
Odebrecht pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no
Supremo Tribunal Federal (STF), o Planalto teme que o julgamento no TSE,
agora, afugente investidores e prejudique votações importantes, como a
da reforma da Previdência.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta
segunda-feira, 3, que uma eventual perda do mandato de Temer trará
“mais confusão” ao País. O partido é autor do pedido de cassação da
chapa, mas nas alegações finais solicitou que o presidente seja isento
de responsabilidades.
Os advogados de Temer encaminharam parecer complementar
pedindo que depoimentos de ex-executivos da Odebrecht não sejam
considerados. O parecer é assinado por Luiz Fernando Casagrande Pereira.
Para ele, os fatos novos levantados nos depoimentos da Odebrecht não
podem compor o objeto da ação. “A democracia não convive bem com a
instabilidade dos mandatos”, afirmou.
Na semana passada, o ministro do TSE Napoleão Nunes indicou
que deverá cumprir a tarefa de pedir vista do processo, alegando ser
fundamental mais prazo para examinar o caso".
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