247 - Procuradores da Operação Lava-Jato
devem se reunir na terça-feira com advogados para acertar os detalhes
finais do acordo de delação do operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro,
um dos principais cúmplices do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Eles vão responder se aceitam ou não os termos da delação sugerido pelo
operador. As revelações de Funaro podem complicar a situação de Michel
Temer e de um expressivo número de parlamentares, sobretudo da bancada
do PMDB na Câmara.
Se a proposta for aceita, Funaro deve começar a depor
imediatamente sobre cada um dos casos de corrupção sobre os quais
prometeu falar. Um dos principais obstáculos à conclusão do acordo tem
sido a divergência sobre as penas.
As revelações do operador podem atingir Temer de forma
direta e indireta. Num depoimento no início do mês passado à Polícia
Federal, Funaro reforçou parte das acusações do empresário Joelsey
Batista contra peemedebista. O operador disse que, de fato, o
ex-ministro Geddel Vieira Lima atuava como interlocutor de Batista no
governo. A substituição de Geddel pelo ex-assessor Rodrigo Rocha Loures
na intermediação dos interesses da JBS teria sido um dos motivos
centrais da conversa entre Batista e Temer no Palácio do Jaburu, em 3 de
março. A conversa, gravada por Batista, é o ponto de partida da delação
do empresário e de mais seis executivos da JBS contra Temer e outros
políticos.
Funaro deverá também falar sobre a intermediação de um
repasse de R$ 4 milhões da Odebrecht para o PMDB de São Paulo a pedido
de Temer. Os R$ 4 milhões fariam parte de um total de R$ 10 milhões
acertados por Temer, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), o
ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e o executivo Cláudio Melo
Filho no Palácio do Jaburu, na fase da pré-campanha eleitoral de 2014.
As informações são de reportagem de Jailton de Carvalho em O Globo.
0 Comments:
Postar um comentário